Dia do Médico Veterinário: Quem foi o primeiro a se formar no Brasil?

Quando se trata de agronegócio, existem diversos profissionais que são importantes para o crescimento do campo e cuidado dos animais.

Um é o engenheiro agrônomo, que usa o seu conhecimento para cuidar do solo, fazer o controle de pragas e uma série de outras atividades que vão fazer com que a colheita seja farta e tranquila.

O outro, cujo dia é comemorado hoje, 09 de setembro, é conhecido no campo, nas matas e na cidade, é o médico veterinário que faz o cuidado dos bichinhos de estimação, mas também de pássaros e outros animais silvestres, assim como dos grandes animais encontrados nas fazendas.

Se você está se perguntando por que o Dia do Médico Veterinário é 09 de setembro, ao invés de 04 de outubro, Dia dos Animais e de São Francisco de Assis, o protetor desses profissionais, a resposta é simples: em 09 de setembro de 1933, o então presidente Getúlio Vargas assinou o decreto que regularizou a medicina veterinária como profissão.

Em homenagem a essa profissão tão bonita e importante, hoje vamos te falar um pouco sobre Dionysio Costa Meilli, um farmacêutico baiano que virou veterinário e entrou para a história.

Quem foi o primeiro médico veterinário formado no Brasil?

Lá no passado, o cuidado com os animais era passado de peão para peão, um conhecimento adquirido com na lida diária. Foi somente no início do século XX que a coisa começou a mudar de figura e a necessidade de educação formal passou a ser percebida como uma necessidade. 

E é aí que entra Dionysio Costa Meilli.

Nascido em 1882 na cidade de Salvador (BA), Dionisyo se graduou como farmacêutico em 1907 pela Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia. Em 1913, o baiano se mudou para Olinda (PE) em busca de trabalho e acabou ingressando na Escola Superior de Agricultura e Veterinária de São Bento.

O caso é que a primeira turma do curso só passaria a ter aulas em 1914 para se formar três anos depois, em 1917. 

Como é que o Dionysio conseguiu essa façanha?

Simples, ele conversou com o professor médico-veterinário alemão Hermann Rehaag e propôs ingressar no curso como portador de diploma, cursando somente as disciplinas que não tivera no curso de farmácia.

Assim, o baiano passou a ter aulas particulares com os professores do curso, concluindo a graduação em 13 de novembro de 1915 e se transformando no primeiro médico-veterinário brasileiro.

A partir daí, Dionysio fez história como catedrático, já que passou a dar aulas de farmacologia e farmacognosia (área da farmacologia que estuda as matérias-primas de origem natural para desenvolver novos medicamentos) na faculdade e se tornou o primeiro Chefe da Fiscalização do Leite e Estábulos do Recife, pavimentando o caminho para os processos de qualidade que seriam implementados nas décadas seguintes.

Primeiras escolas de veterinária no Brasil

Como surgiu o curso de Medicina Veterinária no Brasil 

Se o primeiro veterinário saiu da Escola Superior de Agricultura e Veterinária de São Bento, esta não foi a primeira escola de medicina veterinária do país.

O marco inicial do curso foi a criação da Escola de Veterinária do Exército, instituída em 1910 e inaugurada em 1914 no Rio de Janeiro. O objetivo era formar profissionais capazes de cuidar dos animais, principalmente cavalos, utilizados em atividades militares e, como consequência, desenvolver conhecimentos sobre as doenças que afetavam os rebanhos civis.

Com o sucesso do curso da escola militar, as universidades civis começaram a criar seus próprios cursos e, a partir daí, a expansão foi rápida, com universidades de diferentes regiões do Brasil aderindo à formação veterinária, que passou a englobar diversas especializações ao longo das décadas.

A atuação do veterinário no agronegócio brasileiro

Vamos colocar as coisas da seguinte maneira: em 2024, o agronegócio foi responsável por 23,4% do PIB nacional e só ele movimentou R$ 2,7 trilhões.

Ficou de queixo caído? Nós também.

Sendo assim, precisamos admitir que o veterinário é um profissional estratégico para o agro, atuando em todas as etapas da cadeia produtiva, da fazenda ao prato do consumidor, atuando em áreas como:

  • Pecuária de corte e de leite: cuidando da saúde dos rebanhos e assegurando a produtividade.
  • Avicultura e suinocultura: garantindo o bem-estar e a saúde animal.
  • Inspeção sanitária: certificando a qualidade de produtos de origem animal que abastecem o mercado interno e externo.
  • Pesquisa e inovação: contribuindo em biotecnologia, genética e nutrição animal.
  • Prevenção de zoonoses:  os veterinários são os profissionais responsáveis por prevenir as doenças que podem ser transmitidas dos animais para os humanos, protegendo o agronegócio e a saúde pública.

A atuação do veterinário no agronegócio brasileiro é ampla, complexa e estratégica, fazendo com que esse profissional seja um elo vital entre campo e cidade e assegurando que o Brasil permaneça como potência mundial na produção de alimentos.

Veterinário em ação com animais grandes

Por que essa profissão é estratégica para o Brasil?

O Brasil não chegou à posição de gigante do agronegócio mundial por acaso, não.

Por trás de cada recorde de exportação, de cada reconhecimento internacional e de cada avanço produtivo, existe um veterinário garantindo que o selo “Made in Brazil” seja sinônimo de qualidade para produtos de origem animal.

Para isso, os veterinários garantem que esses produtos estejam adequados aos padrões internacionais de qualidade e segurança, fortalecendo a confiança dos mercados externos nos produtos brasileiros.

Reconhecimento e valorização do profissional

A medicina veterinária brasileira evoluiu muito nos mais de cem anos que separam o surgimento do curso, a formação de Dionysio Meilli e técnicas de cuidado animal dos tempos atuais.

Entretanto, a necessidade de reconhecer e valorizar a importância desses profissionais para o sucesso do nosso agronegócio permanece constante. Hoje, diversas entidades e iniciativas trabalham para dar o devido valor à profissão e aos seus profissionais.

Entidades como o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) e os Conselhos Regionais (CRMV), por exemplo, desempenham um papel essencial na valorização da categoria, fortalecendo a regulamentação da profissão, promovendo iniciativas de atualização científica e dando voz aos profissionais em todo o território nacional.

Equipe multidisciplinar de veterinários em uma fazenda

Um brinde aos heróis do campo

Escolher ser veterinário é muito mais que optar por uma profissão, é abraçar uma missão de vida, que envolve o cuidado e o carinho com os animais.Por isso, neste 9 de setembro, nossa homenagem vai para todos os médicos veterinários que dedicam sua vida à ciência e ao cuidado animal seja na fazenda, no laboratório, em clínicas ou na pesquisa. Cada um desses profissionais é parte fundamental do agronegócio e do desenvolvimento brasileiro.

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