Para algumas pessoas, primavera significa olhos coçando e espirros a cada poucos minutos, para outros é cor, perfume e beleza. No campo, a estação é sinônimo de vida.
É quando a natureza volta a exibir seu esplendor, se adaptando ao clima e trazendo consigo o renascimento das flores, da relva e sinalizando que o início da safra está cada vez mais próximo.
Entretanto, para que a safra seja farta, com frutos suculentos, legumes saudáveis e verduras vistosas é preciso que a plantação coexista em harmonia com o meio ambiente. É neste contexto que surge uma nova de agro, que estabelece um equilíbrio entre meio ambiente e produtividade.
A agrofloresta surgiu como técnica de cultivo que integra agricultura e floresta, mostrando que é possível produzir alimentos de forma sustentável e, ao mesmo tempo, fortalecer a biodiversidade sem comprometer o cultivo.
O Que é Agrofloresta?
A agrofloresta é um sistema de produção agrícola que busca replicar o funcionamento das florestas naturais combinando árvores, culturas agrícolas e, em alguns casos, animais para a criação de um ambiente diverso e equilibrado.
Um dos grandes diferenciais desta prática, além de deixar o solo mais fértil e o ambiente mais bonito, é sua capacidade de unir produtividade e sustentabilidade.
Como assim?
Bom, ao contrário dos monocultivos que esgotam a terra, a agrofloresta visa a complementaridade, ou seja, enquanto algumas plantas enriquecem o solo, outras oferecem colheitas rápidas, proporcionando renda constante para o agricultor. Legal, certo?
Mas não é só isso, entre os principais benefícios da agrofloresta estão:
- Melhoria da fertilidade do solo, por meio da matéria orgânica das árvores;
- Redução da erosão e maior retenção de água;
- Diversificação da produção, que diminui riscos econômicos;
- Valorização da biodiversidade, com a presença de insetos e animais que equilibram o ecossistema.
E tem mais: o produtor que teve a brilhante ideia de implementar a agrofloresta nas suas terras não inventou a roda, não. Os povos originários já utilizavam modelos semelhantes para garantir sua subsistência antes mesmo da chegada dos europeus em 1500.
Pois é, quem diria que o conhecimento ancestral da terra seria aplicado à tecnologia moderna para garantir o cultivo de alimentos de maneira regenerativa e a superação dos desafios enfrentados por agricultores. Nós amamos quando essas coisas acontecem, quando o artesanal encontra a inovação criando um novo jeito de fazer.

Por Que a Agrofloresta é Um Novo Jeito de Pensar o Agro
Você já deve ter visto ou lido notícias sobre os impactos do agro no meio ambiente, certo? As queimadas para criar pasto para os animais de corte, o uso excessivo de pesticidas, as mudanças climáticas cada vez mais extremas e as estações menos demarcadas.
Pois é, a agricultura tradicional trouxe uma série de avanços produtivos, mas também gerou impactos ambientais significativos.
A agrofloresta chegou como um contraponto, oferecendo um modelo mais resiliente e capaz de enfrentar mudanças climáticas, degradação do solo e perda de biodiversidade a partir da diversificação das culturas.
Com isso, o sistema não só reduz riscos e melhora a renda dos produtores, mas possibilita que áreas antes degradadas possam ser recuperadas, transformando terras improdutivas em solos férteis novamente, além de:
- Reduzir de impactos ambientais e sequestro de carbono;
- Proporcionar resiliência climática, tornando lavouras menos vulneráveis a secas ou chuvas intensas;
- Contribuir para a produção sustentável, alinhada às exigências de consumidores cada vez mais conscientes;
- Colaborar com um mercado em expansão, que valoriza produtos rastreáveis e cultivados de forma responsável.
Esse novo jeito de pensar o agro conecta tradição e futuro, reforçando a qualidade e diversidade do agro brasileiro com conhecimento, inovação e muita criatividade.
Como Unir Agricultura e Floresta no Mesmo Espaço
Pode parecer utopia, mas a união da floresta com a agricultura é totalmente possível e benéfica. A chave para a realização deste desafio está em escolher e combinar espécies que se complementam. Árvores de crescimento rápido, por exemplo, oferecem sombra e matéria orgânica, enquanto culturas anuais, como hortaliças, garantem colheitas imediatas.
Outro ponto fundamental é respeitar o ciclo natural de cada planta, sem acelerar o crescimento para antecipar a colheita. Ao invés disso, é importante optar por hortifrutis que tenham crescimento ao longo de todo o ano ou diversificar e enriquecer a plantação, mesclando plantas sazonais com as de crescimento anual.
Assim, é possível enriquecer o solo e obter uma produção comercial que seja sustentável para a terra e para o produtor. Dá uma olhada em alguns vegetais que são sucesso puro quando se trata de agroflorestas:
- Café e cacau: crescem bem à sombra de árvores maiores;
- Banana e mandioca: oferecem retorno rápido;
- Hortaliças diversas: consumo e venda local;
- Madeiras nativas: fonte de renda sustentável a longo prazo.
Acha que os benefícios acabaram?
Ainda não, a unir agricultura em floresta em um ambiente “colaborativo” ainda atrai abelhas, pássaros e outros animais que colaboram para a polinização, a biodiversidade e o equilíbrio ecológico, aumentando a produtividade e realizando o controle de pragas sem a necessidade de aditivos químicos e provando que é possível ter produtividade com sustentabilidade.
De quebra, ainda se realiza a recuperação de áreas degradadas, transformando-as em sistemas férteis, que produzem alimentos de alta qualidade e proporcionam saúde, bem-estar e qualidade de vida.

O Exemplo do Sítio Santa Terra
Quando o amor pela terra se torna reconhecido, a empresa ou projeto se torna referência. Foi assim com a Botineiros e com o Sítio Santa Terra.
Localizado em Patrocínio Paulista/SP, o Santa Terra tem uma história marcada pela dedicação e respeito à natureza de seus proprietários, que munidos com a certeza de que é possível produzir sem destruir e um sonho, deram início ao projeto pautado na filosofia de que é possível viver em harmonia com a floresta.
Ali, cada árvore dá origem a um produto, colabora para a regeneração do solo, proteção da água e a valorização da biodiversidade, fazendo com que o sítio se transformasse em um centro de ensino e laboratório de agrofloresta, no qual estudantes e agricultores aprendem a adotar práticas mais sustentáveis de cultivo.
Hoje, o sítio utiliza o projeto educacional para ensinar a importância da agrofloresta para crianças através de visitas escolares, enquanto promove cursos e workshops sobre o assunto em todo país, mostrando que o campo pode ser próspero respeitando a natureza e garantindo um futuro mais verde para todos que vivem dele.

ORGULHO DE SER BOTINEIROS
A campanha “ORGULHO de ser BOTINEIROS” tem o propósito de valorizar histórias como a do Sítio Santa Terra, que aliam o amor e o cuidado com a terra com a necessidade da produção.
Assim como é preciso estudar o solo para entender as suas necessidades, as plantas e quais são os melhores cultivos para ele, é preciso uma bota que seja resistente aos desafios do terreno, que acompanhe o ritmo de quem vive e constrói essa realidade diariamente.
As botinas não são protagonistas neste cenário, mas fazem parte dele, facilitando a jornada daqueles que acreditam que o campo é um espaço de orgulho, sobrevivência e futuro.
Assim como o Sítio Santa Terra, a Botineiros não valoriza apenas o produto final, mas o processo, as pessoas e a sua relação com a terra, reafirmando que o orgulho em ser do campo envolve o respeito pela natureza, honrar a tradição e apostar em inovação, fortalecendo a identidade de quem vive, trabalha e transforma o agro brasileiro.


