Semana Farroupilha: Saiba tudo sobre essa tradição Gaúcha

“Sob a aurora precursora do farol da divindade, foi o vinte de setembro o precursor da liberdade” assim começa o Hino Riograndense que faz referência ao Vinte de Setembro de 1835, o início da Revolução Farroupilha uma data que até hoje é celebrada e considerada um marco para a cultura gaúcha.

Se há 190 anos, a data marcou o início de uma guerra, hoje ela se estende por uma semana na qual gaúchos de todos os cantos do Rio Grande celebram as tradições, os costumes e os valores transmitidos de pai para filho. 

O que é a Semana Farroupilha?

Um dos maiores movimentos culturais do Brasil, a Semana Farroupilha começa sempre por volta do dia 15 e tem seu encerramento no dia 20 de setembro, em comemoração à Revolução Farroupilha e feriado estadual.

Ao longo de todo esse período, as cidades gaúchas se transformam em verdadeiros palcos de tradição, com alunos indo à escola pilchados (vestidos com os trajes típicos), piquetes ou acampamentos são armados em parques e praças, Centros de Tradições Gaúchas, os CTGs, organizam churrascos e apresentações, e São Pedro derrama água no estado, enlameando as botas do peões e as barras dos vestidos das prendas.

Mas se você acha que a data é comemorada desde os tempos da Revolução, sentimos te informar que não é. A origem da comemoração remonta à década de 1940, quando jovens participantes do movimento tradicionalista gaúcho começaram a restaurar a memória da Revolução e daquele que deram suas vidas por um ideal.

Desfile de cavaleiros no 20 de setembro
Foto por Guto Oliveira | @gutophoto

Quem foram os Farrapos?

Essa é uma longa história com dez anos de duração, muito sangue derramado e alguns herois. Como ninguém tem esse tempo todo, vamos resumir para você.

Tudo começa lá em 20 de setembro de 1835, quando um grupo encabeçado por por estancieiros indignados com os altos impostos cobrados sobre o charque pela coroa resolveram declarar guerra e separar o sul do resto do Brasil.

Deu certo? Não.

A guerra durou até 1845 e, ao longo desse período, o exército separatista passou a enfrentar uma série de dificuldades, entre as quais estavam o desgaste dos uniformes que se transformaram em farrapos, dando origem ao apelido.

Entre os principais líderes re Revolução estavam o general Bento Gonçalves da Silva, brilhante estrategista que se tornou presidente da República Rio Grandense; Giuseppe Garibaldi, italiano que contribuiu com a sua experiência naval; e Anita Garibaldi, símbolo de coragem feminina apesar de ter se metido na confusão por conta de macho.

Apesar disso, a presença de Anita, assim como de outras mulheres e de homens de diversas classes sociais, na luta mostrou que a Revolução ia além da satisfação dos estancieiros com os impostos, que aquele era o conflito de um povo que se sentia desamparado, almejando igualdade e dignidade.

Hoje, o Vinte de Setembro, assim como os Farrapos, é considerado um símbolo de coragem, de orgulho de ser quem é, das suas raízes e, acima de tudo, marca a coragem de lutar por aquilo que se acredita, pelos sonhos e pelos ideais que se carrega na alma.

Acampamentos Farroupilhas com barracas e fogueiras
Foto por Guto Oliveira | @gutophoto

Como o povo gaúcho celebra a Semana Farroupilha?

Com chuva. Não é brincadeira, a chuva começa a cair depois do feriado da Independência e se estende até o Vinte de Setembro, que também é feriado.

Mas tudo bem, os acampamentos são montados, os piquetes preparam o churrasco com acompanhamentos típicos e as apresentações de música e dança tradicionalistas acontecem assim mesmo.

Caso você tenha a oportunidade de visitar um acampamento farroupilha, não deixe de experimentar o costelão assado em fogo de chão, especialmente se ele for feito na lenha. A fica macia e com um defumado incrível.  

Outro programa que você pode fazer é assistir as cavalgadas, que percorrem longos trajetos e reforçam a importância do cavalo como símbolo da cultura gaúcha. Em geral, as cavalgadas acontecem alguns dias antes e percorrem o trajeto até os acampamentos, as amazonas e cavaleiros passam a fazer parte do festejo.

Símbolos da Tradição Gaúcha

Se tem uma coisa que os gaúchos amam são os símbolos. Eles fazem parte do cotidiano da população em maior ou menor intensidade e alcançam todo o seu esplendor durante a Semana Farroupilha, quando são usados sem nenhuma moderação. Entre os principais estão:

  • Chimarrão: mais que uma bebida diária, ingerida a qualquer hora e lugar (inclusive salas de aula de faculdade e ambiente de trabalho), o chimarrão é um ato de hospitalidade e conversa, já que é muito comum na roda de amigos. Dicas: sempre receba a cuia com a mão direita; e não demore muito tempo para terminar o chimarrão ou você corre o risco de escutar que “cuia não é microfone pra ti morrer com ela na mão”.
  • Churrasco: é feito no espeto e simboliza a família, a amizade e o carinho do assador (em geral o dono da casa) para com os convidados.
  • Pilcha: composta por bombacha, lenço, chapéu e botas, é a indumentária tradicional do gaúcho. O lenço não costuma ser usado no dia a dia, mas a bombacha e as botas são parte da lida. 
  • Cavalo:  um verdadeiro parceiro de vida por acompanhar o gaúcho raiz, aquele homem do campo, na lida diária.

Cada um desses elementos é uma forma do povo gaúcho reforçar sua ligação com a história, passando as tradições para as gerações mais novas e garantindo que o legado cultural da terra permaneça.

Crianças em churrasco tradicional gaúcho
Foto por Guto Oliveira | @gutophoto

Semana Farroupilha e o Estilo Country

Country, não.

Se falar para um gaúcho raiz que o estilo dele é country, você corre o risco de ser expulso da roda de chimarrão ou do churrasco de domingo. O estilo gaúcho é campeiro, ou seja, ele está intimamente ligado ao campo.

Assim como a Botineiros.

Ambas são marcadas pela beleza, pelo amor com a terra, pelo orgulho de suas raízes e pela sua resistência. Assim como o povo gaúcho, as botas da Botineiros são feitas para durar, aguentar as dificuldades do caminho e chegar no fim do dia inteiras e prontas para a próxima.

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